Prefeitos pedem apoio do Governo para conter queda de arrecadação devido ao tarifaço
Em reunião realizada em Brasília nesta terça-feira (09), foram solicitadas medidas do Governo Federal para auxiliar no custeio de serviços públicos, como saúde, assistência social, educação, entre outras
Publicado: 09/09/2025, 18:45

Prefeitos dos Campos Gerais estiveram em Brasília nesta terça-feira (09). O objetivo foi se reunir com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para debater soluções para conter os impactos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o que impacta diretamente as cidades da região.
Estiveram presentes Juca Sloboda (Jaguariaíva), Irani Barros (Arapoti), Gerson Nunes (Sengés), Henrique Carneiro (Piraí do Sul), Zélio Bittencourt (Ventania), Elisangela Pedroso (Carambeí), Dayane Sovinski (Imbaú), Mario Cezar (São João do Triunfo), Elizabeth Schmidt (Ponta Grossa) e Rita Araújo (Telêmaco Borba). Além de empresários do ramo madeireiro e prefeitos de outras cidades do Paraná e do Rio Grande do Sul.
A reunião também contou com a participação de lideranças federais, como os deputados federais Aliel Machado (PV) e Beto Richa (PSDB).
Durante o encontro, os prefeitos presentes apontaram suas reivindicações frente ao tarifaço, principalmente devido à queda de arrecadação e as demissões, que aconteceram após perdas nas vendas das empresas instaladas na região.
O prefeito Juca Sloboda conta que foram solicitadas medidas do Governo Federal para auxiliar no custeio de serviços públicos. “Principalmente em áreas como a saúde, assistência social, educação, entre outras, para que a queda da arrecadação não afete esses serviços básicos para a população”.
Para Beto Richa, é necessário discutir os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos na economia desses municípios. “Com informações sérias, dados técnicos sobre o impacto das medidas e diálogo, buscamos soluções para preservar empregos e a atividade econômica do nosso estado”, complementou.
A presidente da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG), Dayane Sovinski, comentou sobre o objetivo central da reunião na capital federal. “Estivemos reunidos no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para buscar soluções para esse momento causado pelo tarifaço. Cidades como Imbaú, Telêmaco Borba e Jaguariaíva foram atingidas, por terem trabalhadores da BrasPine, a qual anunciou demissões recentemente”, destacou.
Após o encontro, o Governo Federal se comprometeu a buscar medidas que auxiliem os municípios a contornar o atual momento e diminuir os impactos negativos do tarifaço, principalmente na área industrial.
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UNIÃO - Sobre o atual cenário, o prefeito de Ventania Zelio Bittencourt falou sobre a empresa Sudati, que de seus 1 mil funcionários, precisou dar férias coletivas para 250 e demitiu outros 150. “Isso representa quase 40% do quadro total, esperamos ter um bom resultado para contornar o momento”, disse.
Elizabeth Schmidt, prefeita de Ponta Grossa, argumentou sobre as consequências da medida para a economia dos Campos Gerais. “Essa mobilização regional é fundamental para que possamos apresentar de forma unificada os impactos das tarifas em nossos municípios. Em Ponta Grossa, acompanhamos de perto o efeito dessa política sobre empregos e sobre a economia local, e reforçamos a necessidade de medidas que preservem nossa indústria e nossa arrecadação. Diante disso, torna-se imperativo reforçar junto ao Governo Federal a necessidade de abertura de negociações”, afirmou.
O prefeito de Arapoti, Irani Barros, destacou a mobilização coletiva das cidades. “Trabalhar em equipe sempre faz a diferença, em especial nesta situação tão preocupante. Além da pauta da madeira, também temos a questão do mel, cuja produção é muito forte no nosso município. Uma grande parte da exportação é feita para os EUA, então essa questão do tarifaço é algo que também está preocupando os nossos apicultores”, afirmou.
REFLEXOS - Elisangela Pedroso, prefeita de Carambeí, falou sobre a importância da mobilização. “É uma questão muito preocupante, algumas cidades podem ainda não estar sofrendo o impacto direto neste momento, mas é uma situação que pode se agravar para todos futuramente. É importante que todos os gestores corram atrás para buscar esse apoio do Governo Federal, a fim de reduzir os impactos”, destacou.
O prefeito de Piraí do Sul, Henrique Carneiro, também esteve presente em Brasília. “Já sentimos reflexos diretos na economia, com empresas de grande porte realizando demissões, o que reduz a arrecadação e coloca em risco a manutenção de serviços públicos, afetando diretamente a vida das famílias. Se nenhuma medida for adotada, a tendência é que a situação se agrave no próximo ano”, disse.
PEDIDOS - Em reunião com gestores de todo o país, a Confederação Nacional de Municípios (CNM), presidida por Paulo Ziulkoski, apresentou propostas para aumentar a arrecadação nas cidades, como a promulgação da PEC da Sustentabilidade Fiscal, o aumento do FPM em 1,5%, a regulamentação da Reforma Tributária e o alerta sobre pisos salariais sem contrapartida. “Estivemos reunidos para alinhar estratégias e buscar soluções diante da grave crise fiscal enfrentada pelas prefeituras. A CNM reforça que a união dos prefeitos e prefeitas é essencial para avançarmos nessas conquistas e garantirmos melhores condições para os municípios brasileiros”, disse Paulo.
Com informações: AMCG.